A Sociedade Optimizada pelos Media

Para Herlander Elias, o cerne das transformações sociais não é a instantaneidade com que as imagens nos fascinam, mas sim a optimização, ou seja, a forma como estas se sintonizam connosco de um modo omnipresente, devido à globalização e às networks, como se fossem estudadas e programadas por designers para não deixarem margem para erro. Por isso, o high-tech já não é uma sofisticação elegante, agora a sofisticação está no casamento do design e da moda com os media, por forma a que objectos e figuras partilhem da mesma plasticidade óptima e contagiante.
Este livro é o seu próprio press release, o seu próprio glossário, a sua própria máquina, também ele um objecto optimizado, um instrumento para se compreender a paisagem optimizada dos media — nós, ou seja, o homem urbano, excitado, neurótico, sobre-estimulado, obcecado com os estilos de vida e com a informação-dinheiro do marketing.
A melhor forma de compreender o rumo social retratado é observar como o autor denuncia esse comportamento social estimulado pelo novo espaço público, pela “centro-comercialização”, pela moda, pelo entretenimento e pelas arestas perversas do design. Perante tamanha estimulação, Elias sugere que é preciso responder aos media com uma atitude igualmente sabotadora e “pop”. Urge tornar os meios de comunicação prisioneiros do seu próprio redil de informação, injectando conteúdos em estado óptimo nas suas ambiências, para que as figuras e cenários que nos tornam obcecados sejam correspondidos na mesma linha de violência e elegância estética.
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