A Sociedade Optimizada pelos Media
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Sugestão por João Simão.
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Depois de "Ciberpunk — Ficção e Contemporaneidade", em que analisou a “New Wave”, o neo-romantismo, as raves, a música electrónica, a ficção científica e o graffiti, Elias publica agora "A Sociedade Optimizada pelos Media". Tendo começado pela crítica da cultura do computador, o autor prossegue com este novo projecto em que analisa os media contemporâneos. Trata-se de uma nova fórmula para compreender uma sociedade cada vez mais optimizada pelos ditames dos media, fenómeno apenas identificável pelo prisma da imagem “porno”, pela arquitectura e, sobretudo, pelas altas patentes do momento (tais como a alta fidelidade, a alta cultura, a alta definição, a alta resolução, a haute couture e a alta performance).
Para Herlander Elias, o cerne das transformações sociais não é a instantaneidade com que as imagens nos fascinam, mas sim a optimização, ou seja, a forma como estas se sintonizam connosco de um modo omnipresente, devido à globalização e às networks, como se fossem estudadas e programadas por designers para não deixarem margem para erro. Por isso, o high-tech já não é uma sofisticação elegante, agora a sofisticação está no casamento do design e da moda com os media, por forma a que objectos e figuras partilhem da mesma plasticidade óptima e contagiante.
Este livro é o seu próprio press release, o seu próprio glossário, a sua própria máquina, também ele um objecto optimizado, um instrumento para se compreender a paisagem optimizada dos media — nós, ou seja, o homem urbano, excitado, neurótico, sobre-estimulado, obcecado com os estilos de vida e com a informação-dinheiro do marketing.
A melhor forma de compreender o rumo social retratado é observar como o autor denuncia esse comportamento social estimulado pelo novo espaço público, pela “centro-comercialização”, pela moda, pelo entretenimento e pelas arestas perversas do design. Perante tamanha estimulação, Elias sugere que é preciso responder aos media com uma atitude igualmente sabotadora e “pop”. Urge tornar os meios de comunicação prisioneiros do seu próprio redil de informação, injectando conteúdos em estado óptimo nas suas ambiências, para que as figuras e cenários que nos tornam obcecados sejam correspondidos na mesma linha de violência e elegância estética.
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